Quando era criança, dividia o quarto com meu irmão (5 anos mais velho), lembro que eu tentava me infiltrar na cama dele, mas ele não deixava e eu acabava indo para a cama dos meus pais.
De manhã, eram 4 na cama da mamãe!
Fiz isso diversas vezes e creio que por muito tempo.
A TO (terapia ocupacional) da Airy nos aconselhou a pensar numa possível separação de quarto, uma vez que soube que dormíamos os 3 no mesmo quarto.
Começamos afastando as camas.... e esta semana resolvi fazer a mudança.
Puxa daqui, arrasta pra lá. Pronto!
A moleca chegou exausta da escolinha e acabou dormindo, conclusão: mais de 11 horas e a danada só queria saber de brincar.
Desligamos todas as luzes, depois de brincar no escuro um pouquinho, acabou adormecendo (na marra) no colo do papai, e mamãe a levou para seu novo quarto.
Mesmo acordando várias vezes para cobri-la, acordou com o nariz escorrendo: gripou!
Então fiz um tipo de roupão com um tecido que não sei o nome, parece um plush, leve e quentinho, mas não sei se é antialérgico,
por enquanto a bonequinha não apresentou alergia a alguma coisa, remédios ou comida.
Agora ela rola, puxa e chuta mas continua "coberta".
Só não dormi melhor pq a agonia dela com nariz entupido não deixou....
A gente chega lá!
Agora temos que treinar ela a dormir na cama dela,
e não ser levada para lá depois que dormiu!
Ai ai, ZZZZZzzzzzzzz
A) costas: largura um pouco maior que a da Airy, comprimento abaixo do bumbum.
cortei B,C e D na mesma largura e comprimento de A
BeC) fiz um corte na transversal, mais ou menos onde começa o pescoço até acintura, dobrei cerca de 1 cm e costurei.
as bolinhas são onde fiz o caseado dos botões.
É costume japonês a parte de cima ser a da esquerda ( da direita é para roupa de luto).
D cortei ao meio para as mangas.
Comecei costurando os ombros e laterais.
As mangas deixei por último.
Fiz as barras, as casinhas dos botões, preguei eles e fim!
O corte e a ordem devem estar errados, mas ficou bem fofinho e quentinho!!!
Depois da abolição dos escravos, os imigrantes europeus e japoneses eram alojados onde hoje é o Arsenal da Esperança, então os fazendeiros de café empregavam os que sobreviviam a quarentena.
Quase certeza meu avô e familia estiveram naquele lugar, comeram naquelas mesas e sentaram naqueles bancos de pedra muito bem consevados até hoje. Na época eu não sei, mas hoje tudo muito limpinho e organizado.
Agora estou eu no mesmo lugar, mas, com outro objetivo.
Cortar o cabelos dos moradores de rua acolhidos pelo Arsenal. Praticar corte, talvez seja uma razão egoísta sim, mas não descartada.
Conversando com as colegas da escola, todos sentimos a mesma coisa.
A princípio fazemos uma expectativa errada, imaginamos homens muito sujos e mal educados. E não é isso que encontramos lá!
De cara somos levados para uma sala bem limpinha, com toalhas limpas, café e um delicioso pão feito por eles, numa oficina que ensina a profissão de auxiliar de padeiro com diploma (maquinário doado). Homens, que nos cumprimentam com -Bom dia! antes de sentarem na cadeira e que agradecem quando se levantam, alguns deles até nos desejam sucesso, desejo bem recebido e recíproco.
Depois ganhamos um almoço, o mesmo que comem lá, com todas as calorias informadas, temperatura medida de tempos em tempos, salada, sopa, arroz, feijão e até um grelhado. Tudo delicioso!
Saímos de lá satisfeitas, mais do que pela barriga cheia, com o coração cheio também!
O Marco, um italiano que dedica sua vida e conhecimento ali, nos disse algo muito interessante: Fazemos parte de um processo.
Quando eles estão na rua, a sujeira e o fedor funcionam como escudo, a sociedade não se aproxima e assim eles se protegem e se excluem. Quando resolvem tomar banho, cuidar dos cabelos e dos pés ( tem podólogos voluntários) estão dando o primeiro passo, tirando a armadura para se reintegrarem a sociedade. Conversando com alguns, afirmam que estão cortando o cabelo para tirar fotos para documentos, curriculum.
Espero que mesmo em pequena quantidade, os nossos cortes façam a diferença.
Na mesma semana tinha visto uma reportagem sobre maus tratos a animais de circo que me fez chorar.
Por alguns minutos fiquei motivada a dizer NÃO!
até que a ficha caiu, namorido não me convidaria para um circo destes...
Foi O ESPETÁCULO!
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A Airy (minha filha de 4 anos) só tinha olhos para os palhaços, e na hora do malabarismo ficou brincando com a poltrona, assento que sobe e desce,Airy que fica em pé na poltrona e mamãe senta ela, até que sentou no meu colo, colocou a mãozinha dentro da calça(deslocou a fralda!), em alguns segundos eu sentia um líquido quente, saido da altura do bumbum dela nas minhas pernas: xixizão!
Agora vocês poderiam lembrar de uma frase que uma senhora política, hoje senadora disse a alguns anos atrás: relaxa e g.... foi o que fiz apesar do frio e do cheirinho....